" Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda a criatura." Marcos 16:15.


Distrito de Girassol Município de Cocalzinho de Goiás - GO

Diocese de Anápolis

Adm. Pe. Paulo Ricardo







REFLEXÕES

Sonhei com São José... reflexões




Entrando com passadas firmes e vagarosas, vendo aos fundos uma toalha feita a base de costuras de farrapos se aproxima um senhor de barba longa e grisalha que se mistura com o resto dos cabelos brancos de uma careca lisa e brilhante. Sentindo um cheiro de fumaça que sai de um amontoado de cavacos e lascas de madeiras, de um calor que luta com um vento que sem rumo espalha fuligens por todos os lados.

“José...!” Grita com voz altiva e enrouquecida do fumo que agora se misturava com o cheiro saboroso do pão fresco posto junto a uma jarra de vinho e outra de azeite. O ancião se assusta com uma mão que se coloca forte sobre seus ombros e o “Shalon Rabi” estribilhando no ouvido direito.

_ “Procuras o carpinteiro meu senhor?”.

_ Sim, acabo de chegar, porém não ouço ninguém.

_ Veja o Sol. É meio dia, o varão está a rezar!

_ Oh, sim, havia me esquecido, adiantei as minhas preces, pois a tarde pretendo ir ao meu campo. De fato, bom homem este ehein? Um justo na verdade este José.

_ Moro frente a sua casa e nunca o vi falhar com a recitação dos Salmos.

A noite – continuou o homem – ouço seus cantos com o do filho e da esposa, depois de um longo silêncio escuto risos e alguns pequenos gritos. Certo dia me aproximei quando passava diante de sua janela e o vi encenando o episódio da passagem do nosso povo pelo Mar Vermelho. Havia dependurado duas toalhas uma frente a outra usando-a como as duas muralhas de água, creio eu, assumira o papel de um jumentinho que atravessava seu filho pelos dois panos que se desmoronaram por cima dos dois rendendo-lhes tão inocente risos que parecia duas crianças brincando. A esposa narrava a historia com tão grande precisão que parecia ter diante de si um Rolo das Escrituras consigo.

_ O jumento é?!

Com um algumas faixas amareladas e com manchas bastante vivas se aproximava um homem de porte físico forte, ombros largos e vestindo um avental de couro remendado e bastante surrado. Logo surgiu também uma bela senhora vestida de branco e um véu de cor clara e discreta. Nas mãos ela trazia uma toalha, uma bacia e uma jarra cheia de água. Ao ver os dois homens de frente a oficina da carpintaria, levantou discretamente os olhos desejou-lhes a paz deixando as vasilhas sobre um estrado posto sobre dois cavaletes.



_ Que prazer vê-lo Rabi. Veio almoçar conosco? Garanto que não encontrará pão mais saboroso em toda Nazaré.

_ Não meu bom homem. Vim terminar o assunto que mencionei sábado sobre a porta da sinagoga. Ouvi dizer que fora você o construtor da Porta Formosa do Templo, estive lá na Páscoa passada observando-a e realmente merece o nome que tem. Contudo não precisava de tal contemplação conheço seu trabalho e a boa fama que tens.

_ Consiga-me a madeira e lhe cobrarei três quartos de um denário por dia trabalhado.

_ Bem vejo que não és um homem ambicioso, não cobras nem por um dia inteiro de trabalho, e apesar de saber da quantia que ganhamos do centurião romano, aquele prosélito, tu não quisestes levar vantagem. Talvez terás prejuízo conforme o tempo que levar.

_ Preciso do suficiente para manter minha família com um pouco de conforto. Do prejuízo não temo, sei que Deus providenciará o necessário não faltará. E quanto ao centurião soube agora porque me disse. Afinal é também um trabalho doado ao Senhor.

Desatento, o senhor que chegara depois do ancião, olhava a mulher a colocar mais copos e tigelas sobre a mesa depois de estender uma toalha.

_ Creio que valeu a pena cada moeda que pagou pelo dote de sua mulher. De fato ela é uma videira fecunda em seu lar apesar de terem tido um único filho.

_ Sim, dinheiro, rebanho, ou ouro algum de todo o mundo seria capaz de comprar o dote de Maria. De todas as mulheres a mais bela que meus olhos já viram. Na verdade agradeço todos os dias ao Senhor pela família que me concedeu.

_ Soube que morou no Egito é verdade? Não duvido de suas palavras, mas sei que lá se encontra as mais preciosas jóias do deserto - disse sorrindo e balançando levemente a cabeça o homem - as escravas andam nuas é verdade?

Perguntou com um tom sussurrante.

Ignorando todas aquelas palavras José terminou de tirar o avental, lançou num canto os trapos que trazia nas mãos e novamente convidou os dois homens para a refeição, enquanto isso se aproximava um jovem garoto de mediana estatura, cumprimentou a todos e se pôs ao lado do carpinteiro.

Este então é o herdeiro? Falou sem graça o visinho. “Fiquei sabendo que ficou perdido de seus pais por três dias quando foi a Jerusalém a dois anos? Sentiu medo rapaz?”

Olhos grandes e negros, a testa ainda úmida do suor da tarefa realizada depois das orações que havia feito com José. Tinha ido recolher as ferramentas deixadas sobre os bancos e mesas, e de ter juntado alguns pedaços de madeiras que pesavam mais da metade de seu peso. Erguendo a cabeça e com voz estável lhe dirigira a palavra:

_ Em nenhum instante me vi perdido, pois estava na presença de meu Pai – Abbá – (diferente do termo “abbi” que se usava também para o pai genitor). Felizes seriam que todos aqueles que ali estivesse também vigiasse sobre o seu coração para não se perderem, pois pensando estarem encontrados não se deixam achar por Deus. Voltam para suas casas piores do que quando foram, pois os seus pensamentos estavam nos negócios e nos lucros que buscavam. Conforme diz o profeta: “Este povo me honra com os lábios, mas os seus corações estão longe”.

_ José percebo que qualquer dia desses vamos pedir a este jovem rapaz para nos dirigir algumas palavras sobre as Santas Escrituras! Agradeço o convite de almoçar com vocês, mas tenho outro compromisso. Quanto ao nosso trato, ficamos como querido por você. Assim que for possível te trago a madeira.

Acompanhando os dois homens até o limiar de sua casa, José se despedia oferecendo aos visitantes um sorriso sereno e puro.



Diác. Jacob do Nascimento



O QUE O PAPA JOÃO PAULO II PENSAVA SOBRE O ROZÁRIO



“Todos podem duvidar, ignorar, ou não aceitar as palavras de João Paulo II, mas ninguém com um mínimo de razão e censo critico pode criticar a magnitude do testemunho deste Pontífice que soube com o seu testemunho falar e fazer mais que com as suas inumeráveis e sabias palavras. Assim são os Santos: fazem de sua vida, como diz São Paulo a carta de recomendação mais verossímil que alguma redigida por qualquer autoridade humana.

No entanto procuremos ouvir o que o mesmo João Paulo II falou sobre o Rosário, não tirando de escritos cheios de sabedoria e eloqüência, mas biografando a sua postura diante esta milenar oração, tirando de um dos seus mais belos documentos, Rozarium Virgenis Maria, de 16 de outubro de 2002, próximo ao seus vigésimo sexto aniversario de pontificado”



1. (...) O Rosário, com efeito, mesmo que se distingue por seu caráter mariano, é uma oração centrada na cristologia. Na sobriedade de suas partes, concentra em si a profundidade de todo a mensagem evangélica, do qual é como um compêndio. Nele se recorda a oração de Maria, seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora em seu seio virginal. Com ele o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e experimentar a profundidade de seu amor. Mediante o Rosário o crente obtém abundantes graças, como que recebendo-as das mesmas mãos da Mãe do Redentor.

2. (...) Eu mesmo, não tenho deixado ocasião de exortar a rezar com freqüência o Rosário. Esta oração tem um lugar importante em minha vida espiritual desde minha juventude. (...) O Rosário me tem acompanhado nos momentos de alegria e na tribulação. A ele tenho confiado tantas preocupações e sempre encontrei consolo. (...) “O Rosário é a minha oração predileta”. (...) O Rosário em seu conjunto consta de mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, e nos põe em comunhão vital com Jesus através, poderíamos dizer, do Coração de sua Mãe.

6. (...) O Rosário tem sido proposto muitas vezes por meus predecessores e por mim mesmo como oração pela paz





(...)outro âmbito crucial do nosso tempo, que requer uma urgente atenção e oração, é o da família, célula da sociedade, ameaçada cada vez mais por forças desagregadoras, tanto de índole ideológica como pratica, que fazem temer o futuro destra fundamental e irrenunciável instituição, e com ela, pelo destino de toda a sociedade. Com o fim de uma pastoral a mais , fomentar o Rosário nas famílias cristãs é um ajuda eficaz para constratar os efeitos desoladores desta crise atual. (...)

12. O Rosário, precisamente a partir da experiência de Maria é uma oração eminentemente contemplativa. Sem esta dimensão, se desnaturalizaria, como sublinhou Paulo VI: “Sem contemplação o Rosário é um corpo sem alma e sua recitação corre o perigo de converte-se em mecânica repetição de formulas e contradizer a advertência de Jesus: ‘Quando orares não sejais como os hipócritas que crêem serem ouvidos pelo numero de suas palavras.(Mt 6,7)’ Por sua natureza a recitação do Rozário exige um ritmo tranqüilo e uma reflexiva serenidade que favoreça em quem ora a meditação dos mistérios da vida do Senhor, visto através do coração Daquela que esteve mais perto de Cristo, me que desvela insondável riqueza.” (...)

14. (...) Percorrer com Maria as cenas do Rozário e com ir a escola de Maria para ler a Cristo, para penetrar seus segredos, para entender sua mensagem.(...)

15. (...) O Rozário nos transporta misticamente junto a Maria, dedicada a seguir o crescimento humano de Cristo na casa de Nazaré. Isso lhe permite educar-nos e modelar-nos com a mesma diligencia ate que Cristo seja formado plenamente em nós (Gl 4,19).(...)

16. (...) O Rozário é ao mesmo tempo meditação e suplica. As preces insistentes da Mãe de Deus se apóiam na confiança de que sua materna intercessão pode tudo ante o coração do Filho. (...)

18. A contemplação do rosto de Cristo só s chega escutando o Espírito e a voz do Pai, pois ninguém conhece o Filho senão o Pai (Mt 11,27). Próximo de Cesárea de Felipe, ante a confissão de Pedro, Jesus sublinha a origem desta clara intuição sobre sua identidade: “Não foi a carne nem o sangue que te revelou isso mas o meu Pai que está no céu”. (Mt 16,17).



Logo é necessário a revelação do alto, mas para acorrer-se a ela é indispensável pôr-se a escuta: <> (Novo Milenium Ineunte No 93)

O Rozário é uma modalidade da oração cristã orientada a contemplação do rosto de Cristo. Assim o descrevia o Papa Paulo VI: << Oração evangélica centrada no mistério da Encarnação Redentora, o Rozário, é portanto oração de orientação profundamente Cristológica. Com efeito, seu elemento mais característico – a repetição litânica do “Ave Maria cheia de Graça o Senhor é contigo” – se converte também em louvor constante a Cristo , término último do anúncio do Anjo e da saudação da Mãe de João Batista: Bendito fruto de teu ventre (Lc 1,42). Diremos mais: a repetição do Ave Maria constitui o tecido sobre o qual se desenvolve a contemplação dos mistérios. O Jesus que toda Ave Maria recorda é o mesmo da sucessão que os mesmos mistérios nos propõe uma e outra vez como o Filho de Deus e da Virgem>>.



24. (...) Poderíamos chamá-lo de o caminho de Maria. É o caminho do exemplo da Virgem de Nazaré, mulher de fé, silencio e de escuta. É ao mesmo tempo o caminho de uma devoção Mariana consciente da inseparável relação que une Cristo com sua Santa Mãe: os mistérios de Cristo são também em certo sentido os mistérios de sua Mãe, inclusive quando ela não esta implicada diretamente, pelo fato mesmo de que Ela vive d’Ele e por Ele. (...)

26. O Rozário propõe a meditação dos mistérios de Cristo com um método característico, adequado para favorecer sua assimilação. Se trata do método baseado na repetição. Isto vale antes de tudo para a Ave Maria que se repete dez vezes em cada mistério. Se considerarmos superficialmente esta repetição se poderia pensar que o Rozário é uma pratica árida e cansativa. No entanto se pode fazer outra consideração sobre o rozário, se se toma com a expressão do amor que não se cansa de dirigir-se a pessoa amada com manifestações que , inclusive parecidas em sua expressão, são sempre novas com relação ao sentimento que inspira.





(...) uma coisa está clara: se a repetição do Ave Maria se dirige diretamente a Maria, o ato de amor, com Ela e por Ela, se a Jesus. A repetição favorece o desejo de uma configuração cada vez mais plena com Cristo, verdadeiro “programa” de vida cristã. (...)

28. (...) Com efeito, o Rozário e´um método para contemplar. Como método , deve ser utilizado em relação ao fim e não pode ser um fim em si mesmo. Tão pouco deve infravalorizar dado que é fruto de uma experiência secular. A experiência de inumeráveis Santos advoga em seu favor.